terça-feira, 2 de junho de 2015

Ácaros no pimentão

Como havíamos relatado na penúltima publicação, foi constatado a presença de ácaro em uma das plantas de pimentão. A princípio o grupo achou que os sintomas eram resultado de uma contaminação por vírus que poderia ter sido transmitido pela mosca branca (Bemisia tabaci) que estava presente na área. No entanto após uma avaliação mais detalhada do material, percebemos a presença de ácaros na face abaxial das folhas encarquilhadas. Devido ao pequeno tamanho (inferior à 0,5 mm de comprimento), os ácaros não são notados inicialmente em culturas, sendo detectados normalmente apenas quando as plantas apresentam sintomas de danos. Devido ao baixo conhecimento do grupo quanto ao ataques e dispersão dos ácaros, além do não conhecimento imediato de algum produto acaricida registrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, o grupo resolveu pesquisar a respeito do assunto e tomar as medidas cabíveis na semana seguinte.
Desta forma, na semana seguinte o grupo realizou do “roguing”, ou seja, a planta infestada foi arrancada e retirada para longe da área da estufa, além disso, foi realizamos a aplicação de Abamex, produto acaricida a base de abamectina. No entanto, devido a essa ação ter sido realizada apenas uma semana após à primeira constatação dos sintomas, na semana seguinte não havia mais apenas uma planta com sintomas, os mesmos já apareciam de forma sutil em outras plantas na área. É sabido no meio cientifico que os ácaros são distribuídos na área pela mosca branca, na qual ficam aderidos à cera presente no exoesqueleto deste, e assim sendo dispersos para as demais plantas. Além disso, os ácaros pedem ser transmitidos de uma planta para outra pelo vento e pelo contato de uma planta com a outra dentro de uma linha de plantio. No entanto, é mais provável que o principal dispersor desta praga na área de cultivo tenho sido os próprios membros do grupo, uma vez que, estão sendo realizadas avaliações em algumas plantas especificas (plantas cativas), tais como, contagem de número de folhas por planta, número de nós, comprimento de entrenós e altura da planta, e estas avaliações continuaram sendo realizadas semanalmente. A suspeita foi dada, devido ao fato de que os ataques pelos ácaros ocorreram com maior intensidade em plantas próximas à planta cativa, ou seja, ao realizarmos as avaliações, ao mesmo tempo estávamos dispersando a praga no ambiente de cultivo.
Assim, confirmamos também a grande importância em se evitar a manipulação das plantas dentro do cultivo, uma vez que podemos ser importantes agentes dispersores de pragas e doenças dentro da área.


Os fatores climáticos como elevada temperatura, baixo teor de umidade do ar e baixa precipitação atmosférica também favorecem o aumento da população destes artrópodes a níveis elevados, que podem prejudicar o desenvolvimento das plantas. Por serem muito pequenos, difíceis de se ver a olho nu, uma das maneiras de se poder identificar a espécie é através de descrição da sintomatologia dos danos. Abaixo estão apresentados os principais ácaros presentes no cultivo do pimentão.
Ácaro branco (Acarina:Tarsonemidae) Polyphagotarsonemus latus (Banks)


O ciclo completo de P. latus é curto e dura, em média, de 3 a 5 dias.
PREJUÍZO: Localiza-se preferencialmente na parte apical das plantas, nos brotos terminais. Os adultos encontram-se no inferior das folhas. Seus danos tornam as folhas coriáceas, com os bordos das folhas recurvados para baixo e o enrolamento dos folíolos, acompanhado de paralisação do crescimento das gemas terminais, além de coloração bronzeada. Se a infestação é alta, ocorre também floração incipiente e aborte de botões florais. Quando o dano se incrementa, a planta não se desenvolve, ficando pequena; a floração é inibida e, em caso de existir frutos, estes se deformam. Finalmente a planta poderia apresentar morte descendente.
Ácaro vermelho (Acarina:Tetranychidae) Tetranychus marianae (Mc G.)


PREJUÍZO: Este ácaro mede cerca de 0,5 mm e tem a cor vermelha, muito intensa, que o distingue facilmente de outros ácaros. Apresenta duas manchas escuras próxima à cabeça. Localiza-se na face inferior das folhas independentemente da idade destas, onde provoca clorose generalizada das folhas, sendo que as nervuras mantêm-se mais verdes, seguidas de um recobrimento de teia, onde normalmente são depositados os ovos. Quando o ataque é muito 265 intenso, as folhas chegam a secar e cair podendo provocar morte da planta.
Ácaro rajado (Acarina:Tetranychidae) Tetranychus urticae (Koch)

PREJUÍZO: Localiza-se na face inferior das folhas independentemente da idade destas. Nas infestações fracas, aparecem nas folhas pequenas manchas descoradas, produzidas pelas picadas, que contrasta com o verde da folha. A medida que se intensifica a infestação, as manchas se unem, ficando amareladas (clorose) e as folhas mais velhas tornam-se ressecadas ou completamente secas. Além da folha, podem infestar as flores, onde se desenvolvem as colônias com abundante teia, sobre a qual são depositados os ovos. Quando alimentam-se de frutos, estes perdem o vigor. Nas infestações mais intensas, a teia pode recobrir toda a planta.
Micro ácaro ou ácaro do bronzeamento do tomateiro - Aculops lycopersici (Massee) (Acari: Eriophyidae)


Características - Ácaro "vermiforme" de coloração "rósea"
Injúrias - Provocam "bronzeamento" e secamento das folhas principalmente na extremidade das plantas. - Frutos mal formados com pele áspera.
Controle:
Esses ácaros devem ser amostrados no terço mediano das plantas, coletando-se uma folha por planta, avaliando-se cinco plantas por ponto amostral, em um total de 20 pontos de amostragem por talhão, totalizando 100 plantas. Deve-se avaliar a presença de adultos e ninfas, em 1 cm2 de área do limbo foliar na face inferior da folha, com auxílio de uma lupa de aumento de 10X. O controle dessas espécies deve ser realizado quando forem observados, em média, 10 ou mais ácaros ou ovos por folha.
Para o controle das espécies de ácaros-praga citadas anteriormente, diversos métodos são preconizados, uma vez que o uso do controle químico para tal finalidade apresenta grande limitação em razão da escassez de acaricidas registrados para a cultura.
Portanto, táticas de controle cultural (uso de sementes sadias; uso de variedades ou híbridos de ciclo curto; produção de mudas em locais protegidos; isolamento de talhões; adubação equilibrada; eliminação de daninhas e de hospedeiros silvestres; manejo adequado da irrigação; colheita antecipada; destruição de restos de culturas, por meio da roçada baixa e incorporação no solo, além da rotação de culturas), físico e mecânico (implantação de barreiras vivas e uso da irrigação por aspersão para controle mecânico dos ácaros), de resistência de plantas a insetos (uso de variedades ou de híbridos com resistência ou tolerância) e de controles alternativo e biológico devem ser utilizadas dentro de um programa de manejo integrado de pragas, de forma a se obter alta eficiência no controle desses organismos na cultura da pimenta.
De forma complementar às demais táticas de controle descritas anteriormente, pode-se efetuar o controle desses ácaros-praga por meio da pulverização de calda Viçosa (P. latus), de calda sulfocálcica (B. phoenicis, P. talus e T. urticae), de óleo mineral, de óleo vegetal emulsionável ou de inseticida à base de extrato de sementes de nim (P. latus, T. ludeni e T. urticae), na concentração de 0,5%.

             

O uso de predadores da família Phytoseiidae também é considerado uma alternativa viável, uma vez que essa tática tem sido empregada com sucesso em outras culturas, como a macieira, no Sul do país. Das espécies mais comumente encontradas, destacam-se Neoseiulus californicus (McGregor) e Phytoseiulus macropilis (Banks) (Acari: Phytoseiidae), que poderão ser criados e utilizados através de liberações inundativas nos cultivos de pimenteira, ou mesmo comprado junto a Empresas especializadas. Considerando a presença desses ácaros predadores nos cultivos, é importante, quando for necessário o uso de alguns fungicidas recomendados para o controle de doenças na cultura, por exemplo, dar preferência àqueles seletivos, no sentido de preservar a fauna benéfica.


segunda-feira, 1 de junho de 2015

Classificação do pimentão

O pimentão possui classificações que lhe são atribuídos na comercialização. Por isso todo o manejo dos frutos deve ser feito adequadamente. Muitos são os defeitos que interferem no preço final no comercio: danos por doenças ou pragas, fisiológicos ou mesmo mecânicos. O manejo integrado de pragas e doenças é crucial para se obter sucesso durante o cultivo, juntamente com o manejo de irrigação e adubação para não ocorrer danos fisiológicos. Esses últimos também podem ocorrer por excesso de radiação solar sobre o fruto assim como geadas, que provocam queima. Os danos também podem ocorrer por injúrias causadas durante o cultivo do pimentão, como na desbrota. O cuidado, então, deve ser redobrado para que ao final do ciclo da cultura, os frutos não apresentem cicatrizes e deformações como mostram as figuras abaixo.



A classificação é dada da seguinte forma:
1-    GRUPO, de acordo com o formato do fruto (retangular, cônico, quadrado);
2-    SUB-GRUPO, de acordo com a coloração do fruto (vermelho, amarelo, verde, laranja);
3-     CLASSE, de acordo com o comprimento fruto;
Classes
Comprimento dos frutos (mm)
4
de 40 até < 60
6
de 61 até < 80
8
de 81 até < 100
10
de 101 até < 120
12
de 121 até < 150
15
de 151 até < 180
18
de 181 até < 210
21
de 211 até < 240
24
de 241 até < 270

4-    SUB-CLASSE, de acordo com o diâmetro (calibre) do fruto;
Subclasses ou calibres
Diâmetro (mm)
4
40 até < 60
6
60 até < 80
8
80 até < 100
10
100 até < 120




5-    CATEGORIA, de acordo com a qualidade do fruto. Pode ser Extra, I, II e Comercial.


segunda-feira, 11 de maio de 2015

Sétima e Oitava Semanas: Desbrota e Controle de Ácaro

    Ao chegar em um estágio mais desenvolvido, as plantas emitiram suas primeiras bifurcações. O nosso intuito com o cultivo desses híbridos de pimentão é avaliar a quantidade e qualidade dos frutos a partir dos tipos de condução decididos pelo grupo. Foram dois tipos de condução, sistema livre, onde realizamos desbrota apenas abaixo da primeira bifurcação e sistema com 1:2:4:4 hastes onde também realizamos desbrota abaixo da primeira bifurcação, da seguinte forma: 
     Foi constada a presença de ácaros no cultivo. Por isso, procedemos da seguinte maneira: retiramos uma planta que estava completamente doente e sem chance de recuperação para diminuir o inoculo presente na área e aplicamos em todas as plantas um produto a base de abamectina. 

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Quinta e Sexta semanas: Tutoramento e Amarrio

Na semana do dia 15 de Abril fizemos o tutoramento de nossa mudas, esta prática pode ser adotada de diversas formas mais nosso grupo decidiu que a melhor forma de tutorar nossos pimentões seria através da colocação de estacas de bambu, assim  foram colocadas 92 estacas , cada muda recebeu uma estaca com 1m de altura.
Com o crescimento da cultura o tutoramento é necessário, pois a planta atinge certo tamanho e corre o risco de tombar ou até mesmo quebrar com seu próprio peso, este evita o contato da planta com o solo e também facilita nos tratos culturais. 
O tutoramento contribui também para o aumento de produção e a melhoria da qualidade dos frutos. 
(Visão da nossa área tutorada através de estacas de bambu)


  

Já na semana seguinte no dia 22 de Abril foi realizado o primeiro amarrio das plantas ao tutor, este foi feito na forma de “oito” de tal forma que se evite o estrangulamento das plantas, esta operação é realizada com fitilhos de polietileno operação que garante uma correta condução das plantas.














(Ilustração da correta forma de se fazer o amarrio)

Imagem retirada do Google

        O tutoramento substitui a amontoa ou a colocação de terra no colo da planta. Normalmente a amontoa é feita para firmar a planta e favorecer a formação de mais raízes. No caso do pimentão, a amontoa deve ser evitada porque favorece o surgimento de doenças no colo da planta, principalmente murcha-de-fitóftora.


                                           
(Amario de nossas plantas na estufa)


  

Receita da semana!

E como prometido, deixamos aqui nossa primeira indicação de receita, “Pasta de Pimentão com Cebola”. Uma receita simples mais bem diferente, uma que possui um p sabor bem marcante. Você pode servi-lá com torradas, nachos ou qualquer outro petisco, podendo até usar para temperar outros pratos!
Segue o link do Youtube:

domingo, 26 de abril de 2015

Quinta Semana: Capina e fertirrigação

 Foi feita a capina manual das daninhas encontradas na área, uma vez que é muito pequena. Foi constatado a presença de tiririca, trevo azedo e caruru nos 30 m2 responsável por nosso grupo. Em áreas maiores, a principal forma de controle é o químico (herbicidas) que devem ser devidamente estudados e analisados antes de serem empregados.

Estipulamos dez parcelas de fertirrigações durante o ciclo da cultura do pimentão. A primeira foi feita no dia 01/04/2015, com 120g de Ureia e 135g de KCl, o que equivale à 40kg/há e 42kg/há respectivamente.
Foto tirada antes do proceso de capina manual

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Terceira e Quarta semanas: Adubação e transplantio



A adubação mineral foi feita por cada grupo sendo que o nosso realizou a aplicação em sulco de plantio na quantidade de 10 kg de Superfosfato Simples, 400 gramas de Cloreto de Potássio e 135 gramas de Ureia. Já a adubação orgânica, que tinha como fonte esterco de boi e cama de frango, o aplicamos 20 t/ha em sulco de plantio uma semana antes do transplantio das mudas.
No dia 25/03 realizamos o transplantio das mudas 


Primeira e segunda semanas: Delimitação da área e calagem

As atividades na estufa foram iniciadas dia 04/03/2015.
Foi feita análise de solo e através desta foi realizada a calagem e adubação. A calagem foi feita em área total a lanço na mesma quantidade por todos os grupos (4,3t/ha). Após a aplicação do calcário foi passado a enxada rotativa para a incorporação ao solo. As mudas de melancia, melão e tomate foram semeadas nas bandejas de isopor de 128 células. Cada grupo responsável por essas culturas, fizeram o trabalho utilizando o substrato Tropstrato HT. Já as mudas de pimenta, pimentão e pepino haviam sido semeadas nas bandejas no dia 23//02 por motivo de força maior.

O sistema de irrigação foi definido, sendo utilizado mangueiras gotejadoras da John Deere Water Brasil com 0,3m de espaçamento entre os emissores e vazão de 1,03 L/h.